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Teresa.

Toda Teresinha é gente boa. Ouvi de uma moça, no avião. Lembrei da Tia Terê, vizinha mulata da minha infância. Fumava no quintal, odiava o meu cachorro. Até que um dia ela se mudou. E no mesmo dia o Rex apareceu morto lá no portão... O veterinário disse que fora envenenamento. Todo Márcio é boa pinta. Vovó que sempre falava essa. Penso de cara no Marcinho, amigo meu da adolescência. Foi quem trouxe as drogas pros rolês. Começou com um baseadin, depois cocaín. Até que um dia ele trouxe heroín. E No mesmo dia Darlene apareceu morta na cama... O médico disse que fora overdose. Todo gordinho tem bom humor; Toda Kátia é assanhada; todo Alberto é CDF e todo Aroldo gera desconfiança. Todo mundo é marcado. Marca de nome, de rosto, de corpo. Marca alheia, carimbada na capa para os outros julgarem. Não sabem que, de repente, Teresinha pode ser uma péssima vizinha; Márcio, uma terrível referência. Um gordo emburrado, uma Kátia santinha, um Aroldo de confiança. Teresinha pode ser loira, negra, maléfica, inteligente, seduzente, gente boa. Pode ser nome, ou apelido. Toda marca não diz nada; condiz com algo, mas não abala. No final, Tia Terê se mudou pois precisava morar com sua mãe doente; fumava no quintal só porque papai deixava. E a morte de Rex, mais tarde descobriram que fora o vizinho da frente - o seu Aroldo - que envenenara. E ninguém nem desconfiou. "Não sei nem como pensamos que fosse ela. Toda Terezinha é gente boa!" - Disse meu pai.

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