Jovem Senhora
Vento leve que me aspira.
Vem toar o meu canto.
Vem todo, sai-me o ar.
Em meu leito, apenas – quase – o corpo.
Pois a alma quer voar.
Briso as asas de uma valsa.
Ali distante, o moço jovem
Que outrora amei.
Outra hora fui eu jovem, também.
Agora, senil, espero.
Espero enquanto o vento
Transforma o corpo em movimento,
A alma em Valsa,
O leito, vazio.
E o ar já não me preenche,
Mas me contém.